A entrada ao reino de Deus se dá ao nascermos de novo. Seu reino tem que estar em primeiro lugar em nossa vida. Há grande ganho em sermos parte do reino, porque assim seremos filhos de Deus. Devemos trabalhar arduamente, estendendo as fronteiras do reino.
No livro de Daniel, lemos a profecia sobre grandes reinos que governariam o mundo. Reinos impressionantes como o da Babilônia, o da Média e da Pérsia, o da antiga Grécia, e o de Roma foram preditos: “Mas, nos dias desses reis, o Deus do céu levantará um reino que não será jamais destruído; e este reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos esses reinos, mas ele mesmo subsistirá para sempre, da maneira que viste que do monte foi cortada uma pedra, sem auxílio de mãos, e ela esmiuçou o ferro, o bronze, a prata e o ouro; o grande Deus fez saber ao rei o que há de ser depois disto. Certo é o sonho, e fiel a sua interpretação” (Daniel 2:44-45).
Não resta dúvida de que este último reino se refere ao reino de Deus, o mesmo que foi anunciado por Jesus, o Filho de Deus, que também era filho de Davi. Deus havia pro metido a Israel um rei da linhagem de Davi que se sentaria sobre o trono de Davi para sempre. No livro de 2 Samuel, capítulo 7, Deus diz a Davi que estabeleceria a sua casa e o seu reino para sempre. Davi respondeu assim: “Agora, pois, Senhor DEUS, tu és o mesmo Deus, e as tuas palavras são verdade, e tens falado a teu servo este bem. Sê, pois, agora servido de abençoar a casa de teu servo, para permanecer para sempre diante de ti, pois tu, ó Senhor DEUS, o disseste; e com a tua bênção será para sempre bendita a casa de teu servo” (2 Samuel 7:28-29).
O profeta Isaías profetizou claramente a respeito disso em Isaías 9:6-7: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz. Do aumento deste principado e da paz não haverá fim, sobre o trono de Davi e no seu reino, para o firmar e o fortificar com juízo e com justiça, desde agora e para sempre; o zelo do SENHOR dos Exércitos fará.”
Quando o anjo Gabriel anunciou a Maria que teria um filho da parte do Espírito Santo, referiu-se diretamente a estas promessas de Deus: “E eis que em teu ventre conceberás e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus. Este será grande, e será chamado filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai; e reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim” (Lucas 1:31-33).
João Batista, foi o escolhido de Deus para preparar o povo de Israel para a chegada do Messias. Mateus 3:1-2, diz: “E, naqueles dias, apareceu João o Batista pregando no deserto da Judéia, e dizendo: Arre pen dei-vos, porque é chegado o reino dos céus”. A mensagem funda mental e mais notória de João era a do arrependimento. O propósito da sua mensagem era que Israel tivesse o coração preparado para aceitar a autoridade de Jesus.
Dessa forma, quando Jesus começou o seu ministério, o fez de maneira parecida com a que João havia feito na preparação para sua vinda: “Desde então começou Jesus a pregar, e a dizer: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus.” (Mateus 4:17). Da mesma forma, Jesus mandou a seus discípulos que pregassem a mesma mensagem: “E, convocando os seus doze discípulos, deu-lhes virtude e poder sobre todos os demônios, para curarem enfermidades. E enviou-os a pregar o reino de Deus, e a curar os enfermos” (Lucas 9:1-2).
Os israelitas, ao escutarem a respeito do reino de Deus, quiseram fazer de Jesus seu rei. Ao escutarem os sábios ensinos de Jesus, e verem os milagres que ele fazia, e o poder que mostrou ao multiplicar os alimentos, eles quiseram apoderar-se dele e torná-lo rei (leia João 6:15).
No entanto, desde o começo de seu ministério, Jesus tratou de impedir que isso acontecesse. Antes, seu enfoque era a natureza espiritual do reino de Deus. Quando Nico demos o procurou numa noite, Jesus lhe explicou que a única maneira de chegar a ser integrante do reino de Deus seria através do 5novo nascimento: “Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. (...) Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito” (João 3:3, 5-6).
Na sua carta aos colossenses, o apóstolo Paulo nos mostra qual é a entrada espiritual: “Dando graças ao Pai que nos fez idôneos para participar da herança dos santos na luz; o qual nos tirou da potestade das trevas, e nos transportou para o reino do Filho do seu amor; em quem temos a redenção pelo seu sangue, a saber, a remissão dos pecados” (Colossenses 1:12-14).
Jesus ensinou que o reino de Deus é algo interno; algo no coração do homem: “E, interrogado pelos fariseus sobre quando havia de vir o reino de Deus, respondeu-lhes, e disse: O reino de Deus não vem com aparência exterior. Nem dirão: Ei-lo aqui, ou: Ei-lo ali; porque eis que o reino de Deus está entre vós” (Lucas 17:20-21). As palavras “aparência exterior”, no grego significam: “observação, ou evidência ocular”. Nisso se diferenciavam o reino de Deus e os reinos terrenos que eles conheciam. Era algo espiritual que ocorreria no coração. Jesus explicou isto a Pilatos quando lhe disse: “O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo, pelejariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui” (João 18:36).
Jesus ensinou também que seu reino seria de poder. Ele não falava de um poder militar, mas, de poder espiritual: “Aqueles, pois, que se haviam reunido perguntaram-lhe, dizendo: Senhor, restaurarás tu neste tempo o reino a Israel? E disse-lhes: Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder. Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra” (Atos 1:6-8).
O apóstolo Paulo também indicou o mesmo quando escreveu aos coríntios: “Porque o reino de Deus não consiste em palavras, mas em poder” (1 Coríntios 4:20) e aos romanos: “porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo” (Romanos 14:17).
Como já notamos, a entrada ao reino de Deus se dá ao nascermos de novo; ao rendermo-nos por completo a Jesus. Jesus em suas parábolas 6ensinou muitas vezes sobre o valor do reino de Deus e a necessidade de nos entregarmos por inteiro a ele para obtermos esse tesouro (o de ser cidadão do reino). “Também o reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido num campo, que um homem achou e escondeu; e, pelo gozo dele, vai, vende tudo quanto tem, e compra aquele campo. Outrossim, o reino dos céus é semelhante ao homem, negociante, que busca boas pérolas; e, encontrando uma pérola de grande valor, foi, vendeu tudo quanto tinha, e comprou-a” (Mateus 13:44-46).
Além disso, Jesus destacou em seus ensinos no Sermão do Monte que seu reino tem que estar em primeiro lugar em nossa vida: “Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mateus 6:33).
Essa prioridade deve ser demonstrada em nossa dedicação aos interesses do reino de Deus. Jesus viajou para um lugar distante e deixou seus bens nas mãos de seus servos. Ele espera que negociemos com seus bens até que ele volte (Mateus 25:14-30). Devemos trabalhar arduamente, estendendo as fronteiras do reino, e ao mesmo tempo orar como Jesus nos ensinou a orar: “Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu”.
Há grande ganho em sermos parte do reino, porque assim seremos filhos de Deus e herdeiros de suas riquezas na glória; também co-herdeiros com Jesus, como disse o apóstolo Paulo: “O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. E, se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus, e co-herdeiros de Cristo: se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos” (Romanos 8:16-17). Por isso que remos servir a Deus de todo coração segundo nos diz Hebreus 12:28-29: “Por isso, tendo recebido um reino que não pode ser abalado, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus agradavelmente, com reverência e piedade; porque o nosso Deus é fogo consumidor”.
Para concluir, notemos com cuidado qual deve ser a nossa atitude no que diz respeito ao reino de Deus: “Buscai antes o reino de Deus, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Não temais, ó pequeno rebanho, porque a vosso Pai agradou dar-vos o reino. Vendei o que tendes, e dai esmolas. Fazei para vós bolsas que não se envelheçam; tesouro nos céus que nunca acabe, aonde não chega ladrão e a traça não rói. Porque, onde estiver o vosso tesouro, ali estará também o vosso coração” (Lucas 12:31-34).