Jesus colocou em suas mãos as virtudes espirituais da sua própria pessoa para que você possa manifestar a sua glória a este mundo escuro. O mundo precisa do testemunho de Jesus, e além disso, o seu próprio destino depende do que vai fazer. Deus conta com a igreja para que prospere para gloria dele.
Lá estava Jesus outra vez, sentado no jardim do monte das Oliveiras com os seus discípulos ao redor dele. O assunto do diálogo era o reino de Deus. Os discípulos, como meninos aos pés de seu pai, faziam perguntas e ele as respondia. Nesses últimos dias o assunto a respeito do reino de Deus vinha sendo discutido com muita frequência e ao qual Jesus dava muita importância. No entanto, era óbvio que os discípulos entendiam pouco do que tentava ensinar-lhes. Nesse dia Jesus falou-lhes por meio de uma parábola.
Um homem estava para iniciar uma longa viagem. Antes de sair, ele deu aos seus servos a responsabilidade de não somente cuidar de seus bens, mas também de trabalhar com os mesmos com o fim de obterem lucros e de fazerem prosperar a sua empresa.
Dois de seus servos trabalharam fielmente, segundo a capacidade de cada um. Após muito tempo, o seu senhor voltou e com muita satisfação recebeu das mãos destes servos cem por cento de lucro. A sua empresa tinha prosperado na mão destes servos fiéis e o homem os elogiou e os recompensou grandemente pela fidelidade deles.
Mas havia outro servo que tinha uma ideia bastante diferente. Tinha um conceito errado do seu patrão e decidiu fazer as coisas da maneira que melhor lhe parecia. Não deu importância à incumbência do seu senhor, mas ocupou-se com aquilo que não era da sua conta, o que, sem dúvida, causou graves prejuízos à empresa. Quando o patrão regressou, este servo foi duramente castigado pela sua negligência para com as suas responsabilidades (leia Mateus 25:14-30).
Ao contar-lhes esta parábola, Jesus estava pensando no reino do qual ele mesmo era o rei. Ele sabia que em breve partiria deste mundo, deixando para a sua igreja as responsabilidades de cuidar de seu reino até que ele voltasse. Até o dia de hoje ele conta com a igreja para que o seu reino não sofra prejuízo, mas sim que prospere para a glória dele. Quais são essas responsabilidades? Como podemos nós, a sua igreja, nos ocupar em seu reino de maneira que possamos lhe apresentar um lucro de cem por cento quando ele regressar?
Meditemos naquele caminho espaçoso que Jesus nos revelou em Mateus 7:13: Nele transita a grande maioria das pessoas deste mundo. Muitos estão nele porque não conhecem outro caminho, outros, porque escolheram voluntariamente caminhar no mesmo e alguns andam nele porque foram enganados. Mas todos seguem rumo a um só destino: a perdição eterna.
Pensemos nos milhares de crianças inocentes que nascem a cada dia. Deus dá vida a cada uma delas com o propósito de viverem para o louvor de sua glória. Cada uma é uma alma eterna, criada para resplandecer para sempre no reino do Pai (leia Mateus 13:43). No 5entanto, muitas delas se tornam ovelhas desamparadas e dispersas, sem pastor (leia Mateus 9:36); que acabam escolhendo a sua própria vontade carnal e se achando presas no reino das trevas. O deus desse reino tem apenas um propósito para elas: Afundá-las na destruição à qual ele mesmo está destinado.
Vendo o mundo deste ponto de vista, compreendemos que Jesus nos deu a grande responsabilidade de mostrar às pessoas o caminho da salvação. Enviou-nos para anunciar o seu reino de esperança e vida, começando em nossa própria casa e continuando até atravessarmos toda fronteira, mar e língua. Vejamos o que a Bíblia diz.
“Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mateus 28:19-20).
“Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria, e até aos confins da terra” (Atos 1:8).
“[Deus] nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação; Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação” (2 Coríntios 5:18-19).
Como podemos ter a certeza de que estamos administrando de maneira responsável este encargo? Primeiro, é necessário que a mensagem que levamos seja conforme a mensagem de Jesus. Precisamos mostrar às pessoas a gravidade do seu pecado diante de Deus e depois guiá-las ao arrependimento, de maneira tal que possam sentir uma profunda tristeza pelo seu pecado (leia 2 Coríntios 7:9-10). O arrependimento é a única solução para o problema do pecado.
Além de guiar as pessoas ao arrependimento, é o nosso dever conduzi-las a crer em Jesus, o qual por seu grande amor pelo pecador levou em seu próprio corpo o castigo pelo pecador (leia 1 Pedro 2:24).
Junto com isso, é o dever da igreja batizar os que recebem a Palavra e lhes ensinar a guardar tudo o que Jesus ordenou. Nenhuma obra de evangelismo é completa se não conduzir os novos crentes à obediência de toda a Palavra de Deus.
Nestes tempos modernos vemos que o evangelismo puro e simples que Jesus ensinou e os seus efeitos práticos na vida dos fiéis estão sumindo rapidamente. A igreja foca cada vez mais na saúde física e na prosperidade, dando menos importância no estado espiritual da alma. Os esforços da igreja se dirigem cada vez mais para corrigir problemas de moralidade da sociedade, atacar a corrupção política e melhorar a situação econômica das pessoas. Preocupa-se mais em como a pessoa se sente a respeito de si mesma e menos em qual é o seu estado espiritual diante de Deus. O evangelho mais e mais vem sendo apresentado através de programas de entretenimento, ajustando-o às tendências populares do mundo e aos gostos do mesmo. O que pensará o humilde pregador da Galileia a respeito da maneira em que o mundo está sendo evangelizado hoje? Quando ele voltar, será que vai poder receber com prazer cem por cento do fruto do trabalho de uma igreja fiel ou encontrará somente servos maus e negligentes?
Esta é outra responsabilidade importante que Jesus encarregou à igreja até que ele venha. Deus é santo e ele espera de nós santidade em toda a nossa maneira de viver (leia 1 Pedro 1:15-16). Ele não é aquele Deus tolerante que faz vista grossa a tudo como muitos o representam hoje em dia. Deus é perfeito. Ele é misericordioso para com os ingratos e maus, e manda que nós o sejamos também (leia Mateus 5:24; Lucas 6:36). O amor, gozo, paz, paciência, benignidade, bondade, fé, mansidão e temperança são virtudes perfeitas de Deus, e ele nos capacita como filhos do reino dos céus a crescer nas mesmas virtudes. O propósito de Deus para nós neste mundo é que anunciemos “as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pedro 2:9). E “qual ele é, somos nós também neste mundo” (1 João 4:17).
Qualquer um pode falar de Deus e de como ele é. Mas Deus espera mais do que isso de seus filhos, Ele quer que exercitemos as suas virtudes em nossas vidas. No Sermão da Montanha (leia Mateus caps. 5, 6 e 7), Jesus expõe cuidadosamente essa responsabilidade nossa. Nas bem-aventuranças vemos virtudes do próprio caráter de Deus que ele quer que se manifestem em nosso dia-a-dia. Depois nos fala do espírito da reconciliação, da pureza no coração, da fidelidade no casamento, da honestidade, e de como pôr em prática o amor pelos maus e ingratos. Adverte-nos quanto à busca do louvor dos homens e pede que nossos tesouros, nossos enfoques, nossa lealdade e o nosso entusiasmo na vida sejam dirigidos a ele. Ele trata de nossas atitudes para com os outros e nós mesmos e conclui por nos mostrar claramente que estamos em um dos dois reinos – ou no reino de Deus, ou no reino de Satanás. Nossa vida diária mostra em qual reino estamos. Ou mostramos as virtudes do Pai celestial por meio de nossa obediência a ele ou manifestamos as obras de Satanás, seguindo os impulsos da carne.
A Palavra de Deus nos fala claramente sobre esta responsabilidade de apresentarmos Deus ao mundo. Manda que sejamos a luz do mundo, de tal maneira que os homens vejam nossas boas obras e glorifiquem a nosso Pai que está nos céus (leia Mateus 5:14-16). Somos uma “carta… lida por todos os homens” (2 Coríntios 3:2). Seremos mordomos fiéis com esta incumbência, ou seguiremos a nossa própria maneira de pensar? Nosso Senhor voltará um dia e pedirá contas à sua igreja.
Em vista das responsabilidades que temos como igreja, devemos entender que Deus espera que a nossa mensagem ao mundo e o testemunho de nossa vida tenham um verdadeiro impacto espiritual em nosso redor. A luz precisa brilhar claramente no meio das trevas. Nossa conduta deve ser motivo para os homens glorificarem a Deus e não para blasfemarem o seu santo nome (leia Romanos 2:24; 1 Timóteo 6:1; Tito 2:5). Será que as pessoas ao nosso redor podem dizer: “Deus está verdadeiramente entre vós” (1 Coríntios 14:25)?
Ó igreja, o que Jesus pensará de você quando vier? Está administrando de maneira responsável e com amor os assuntos do reino de que ele lhe encarregou? Jesus delegou a você o dever de mostrar ao mundo o caminho para o reino de Deus. Ele colocou em suas mãos as virtudes espirituais da sua própria pessoa para que você possa manifestar a sua glória a este mundo escuro. O mundo precisa do testemunho de Jesus, e além disso, o seu próprio destino depende do que vai fazer. Deus conta com a sua fidelidade para com a responsabilidade que lhe entregou. Você vai querer decepcioná-lo?