As normas servem na vida cristã da mesma maneira que servem na família. Quer sejamos filhos nascidos ou filhos adotados, não nos tornamos filhos porque obedecemos ao nosso pai; obedecemos porque somos filhos. Obedecemos porque é o nosso dever obedecer e porque amamos o nosso pai.
Com a ajuda do Senhor, ousamos apresentar-lhe algumas normas para o seu bem-estar eterno. Esperamos que estas normas possam estimular o crescimento da sua vida espiritual.
E quanto às normas, há três maneiras de vê-las: duas erradas e uma correta.
Muitas pessoas de hoje em dia creem que podem seguir a nosso Senhor Jesus Cristo sem prestar a menor atenção às normas. “Normas? Para que?”, dizem. “Jesus me libertou de todas essas normas.”
Está certo isso? O próprio Jesus dá a resposta: “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama” (João 14:21). Seus mandamentos são nossas normas.
Por outro lado, outras pessoas creem que, por cumprir certas normas, serão salvas. “Não minto”, dizem elas. “Não maltrato ninguém. Não tenho nenhum vício e vivo bem com minha esposa. Sou boa gente. Por acaso, Deus me excluirá do céu?” Qual é a resposta? Outra vez, ouçamos a voz de Deus: “Pela graça sois salvos, por meio da fé (...) não vem das obras, para que ninguém se glorie” (Efésios 2:8–9). “Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” (João 3:3).
Então, para que servem as normas? As normas servem na vida cristã da mesma maneira que servem na família. Sejamos filhos nascidos ou filhos adotados, não chegamos a ser filhos porque obedecemos ao nosso pai; obedecemos porque somos filhos. Obedecemos porque é nosso dever obedecer e porque amamos o nosso pai. E assim é na vida cristã. A obediência vem a ser a demonstração da nossa fé e o selo do nosso amor. “Aquele que diz: Eu conheço-o, e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade” (1 João 2:4). Ou seja, não é cristão o que não cumpre as normas do Pai celestial.
Vejamos, pois, algumas normas para o cristão em três áreas: os pensamentos, as palavras e as obras:
(Salmo 139:23–24; Provérbios 12:5; Mateus 15:19)
Ao despertar pela manhã, dirija seus pensamentos para Deus (Salmo 5:3). Considere que hoje pudesse ser o seu último dia. Ao deitar, tire um momento para pensar que não sabe se voltará a acordar neste mundo, ou se será na ressurreição que acordará. Assim, vemos a importância de orar diariamente (Salmo 55:17). Pela manhã e novamente à noite, ajoelhe-se diante de Deus, louvando-o por seu cuidado contínuo e pedindo-lhe a sua ajuda para seguir vencendo o pecado.
Guarde-se de pensamentos perversos, ociosos ou impuros (Provérbios 4:23). O que você pensar, assim será o seu falar, a sua conduta e toda a sua maneira de viver (Lucas 6:45).
Medite frequentemente nas quatro últimas acontecimentos: na morte — não há nada mais conclusivo que ela; no dia do juízo — não existe coisa mais pesada; no inferno — não há lugar mais horrível; e no céu — não há lugar mais cheio de prazer. Aquele que medita sobre isso evitará muitos pecados e será diligente no caminho da salvação (Eclesiastes 7:2).
No domingo, medite nas obras maravilhosas de Deus: primeiro, na criação de Deus e seu governo sobre ela; também na nossa redenção. Guarde o dia do repouso como um dia para orar, escutar e estudar a Palavra de Deus. Guarde-o como um dia para conversar e pensar sobre as coisas espirituais (Hebreus 10:24–25). Desta maneira, poderá glorificar a Deus no dia do repouso. Se alguém não santificar o dia do repouso, é provável que desprezará também os demais mandamentos de Deus.
Antes de começar qualquer coisa, reflita bem sobre qual poderá ser o resultado dela (Proverbios 22:3). Considere: gostaria de fazer o que pensa em fazer se, nessa mesma hora, a morte lhe chamasse para se apresentar diante de Deus? Não se envolva em algo que possa destruir a sua esperança e segurança em relação à salvação. Comporte-se cada dia como se fosse o último da sua vida.
Se alguém lhe fizer um mal, tenha um espírito perdoador e esqueça o assunto. Se você se revoltar, fará mais dano a si mesmo do que a qualquer outra pessoa. Você deve perdoar, e Deus julgará o malfeitor no seu devido tempo (Romanos 12:17–19).
Guarde-se especialmente de um espírito descontente e rebelde. Sofra e tenha dificuldades somente quando Deus permitir visando o seu próprio bem. Deus lhe abençoará com inumeráveis dádivas para suprir as suas necessidades. Desta forma, para o seu bem, tem distribuído penas e provas a fim de que possa permanecer humilde. No meio da aflição, recorde que ele lhe fortalecerá e que lhe livrará no momento oportuno (2 Coríntios 12:9–10).
Se outros o louvarem, humilhe-se. Não se louve nem se jacte; assim fazem os néscios que buscam a exaltação vã (Proverbios 27:2). Seja honrado em todos os seus tratos e os outros lhe louvarão. Sobre tudo, busque o louvor que vem de Deus.
Não se preocupe demais com os assuntos alheios (Proverbios 26:17). Evite o que não tiver a ver consigo.
Nunca considere pequeno nenhum pecado. Todo pecado, ainda que pareça muito pequeno, é uma transgressão a Deus. Um pecado pequeno, amado e nutrido, pode condená-lo da mesma maneira que um pecado grande. Se não consertar um pequeno vazamento de água, com o passar do tempo, poderá até afundar um barco. Da mesma maneira, um pecado pequeno, se permanecer nele sem se arrepender, poderá afundá-lo e mandá-lo para o inferno. Acostume-se, pois, a vencer cada pecado pequeno e assim poderá vencer também os pecados grandes. Evite especialmente os pecados premeditados para que não provoque a ira de Deus (Hebreus 10:26–27).
“Quando cair o teu inimigo, não te alegres” (Provérbios 24:17). Se amar de verdade o seu inimigo, buscará sem falta o bem dele. Aquele que se alegra da calamidade do outro, não ficará sem castigo (leia Provérbios 17:5).
Não permita que a inveja nem o ódio habitem no seu coração. Não guarde rancor contra ninguém. Deus nos amou, mesmo nós sendo seus inimigos; portanto ele espera que amemos os nossos inimigos por causa dele (Mateus 5:44–46). Em comparação com o que Deus nos perdoou, é uma coisa bem pequena de nossa parte perdoar os nossos inimigos. Ainda que pense que o seu inimigo não é digno do seu perdão, vale a pena perdoá-lo por causa de Cristo (Efésios 4:32).
O fato de os incrédulos desprezarem a vida santa e piedosa não lhe dá motivos para fazer o mesmo e desviar-se dela. Nunca se esqueça da gravidade do pecado, ainda que a maioria viva uma vida pecaminosa. O caminho para o inferno sempre está cheio (leia Mateus 7:13). Se Deus lhe perguntar no dia do juízo:
— Por que se entregou à bebedeira? Por que não foi honrado? Por que viveu com ódio e ciúmes?
Se você tentar se desculpar assim:
— Senhor, fiz isto porque a maioria assim o fez.
Deus poderá muito bem lhe dizer:
— Visto que com a maioria pecou, com a maioria irá para o inferno.
Se tiver que tomar uma decisão importante, ou caso se encontre no meio de circunstâncias em que não sabe qual será a melhor ação ou resposta, passe pelo menos uma noite em meditação. Não se arrependerá de tê-lo feito (Proverbios 21:5).
Não durma sem considerar como passou o dia e o que fez para o bem ou para o mal. Desta maneira, logo perceberá se está usando ou não o seu tempo de uma maneira construtiva (Efésios 5:15–17).
(Tiago 1:26, Eclesiastes 5:2, 1 Pedro 3:10)
Pense! De toda palavra ociosa que falar, dela dará conta no dia do juízo (leia Mateus 12:36). “Na multidão de palavras não falta pecado” (Provérbios 10:19). Portanto, evite toda conversa que não edifique. Reflita de antemão se o que está a ponto de dizer tem valor, visto ser melhor calar do que dizer algo ocioso ou falso.
Jamais deverá contar algo como veraz a menos que, com toda segurança, esteja certo. Uma vez que se saiba que você não é escrupuloso para dizer sempre somente a verdade, ninguém acreditará em você quando falar a verdade. Ao contrário, se cuidar sempre em dizer somente a verdade... nem mais, nem menos...cada palavra que disser, valerá mais do que as do mentiroso ditas debaixo de juramento. Além disso, deve dar-se conta de que “os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre” (Apocalipse 21:8). Não poderão escapar do castigo eterno.
Se você desejar ter companheiros honrados, cuide para que o seu falar mostre que é digno de tal companheirismo. Portanto, evite os insultos, o escárnio, as palavras indecentes e as piadas que corrompem. Em primeiro lugar, falar com luxúria é a prova exterior de um coração não regenerado: “Pois do que há em abundância no coração, disso fala a boca” (Mateus 12:34). Em segundo lugar, o humor obsceno e as palavras indecorosas facilitam o cometer de atos desonrosos.
“Mas”, poderá dizer, “é necessário conversar quando estou com os amigos”.
Claro, mas que seja algo que edifique. A Palavra de Deus não permite “nem torpezas, nem tolices, nem zombarias, que não convêm; (...) porque por estas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência” (Efésios 5:4 e 6). Por uma conversa corrompida e por uma risada vã, se contrista o Espírito de Deus (leia Efésios 4:29–30).
A língua é a glória do homem e a honra do corpo. Deve-se usá-la mal para falar perniciosamente? (Tiago 3:6). Portanto, odeie toda imundícia; fale sempre o que for amoroso e o que for edificante, para que deste modo os ouvintes possam ser fortalecidos. Use o dom de falar como um meio de repreender os ociosos, instruir os ignorantes e consolar os agoniados (Efésios 5:11; Colosenses 4:6). Deus lhe recompensará abundantemente com uma maior quantidade de seus dons.
Abstenha-se diligentemente do hábito vulgar de jurar e de profanar o santo nome de Deus, o qual é uma evidência indisputável de um caráter frívolo, profano e ímpio (Tiago 5:12). Aquele que procura afirmar suas palavras com juramentos, raras vezes, é um homem de integridade. Se não tiver consciência para não profanar o nome de Deus, por que supor que terá consciência para não mentir? “Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; Não, não; porque o que passa disto é procedente do mal” (Mateus 5:37). E se quiser evitar a profanação, não busque o companheirismo dos profanos. Ali você facilmente poderá cair, porque se acostumará com a profanação. Repreenda o amigo pela sua profanação, se acreditar que ele receberá a repreensão: se não, não haverá proveito em repreendê-lo (leia Provérbios 9:8).
Não seja demasiado rápido em crer em tudo o que ouvir. Não repita tudo o que ouvir, não faça o seu amigo se tornar inimigo. Quando ouvir algum boato ou alguma queixa contra outrem, investigue completamente as circunstâncias antes de formar a sua opinião (Proverbios 18:13).
Não confie a ninguém os seus assuntos pessoais, a menos que seja achado digno de sua confiança. Uma maneira de provar e de chegar a conhecê-lo bem é: confie a ele algum assunto de pouca importância; se o guardar, isto indicará que é fidedigno. Contudo, não é sábio informar irrefletidamente a nenhum amigo todos os seus assuntos pessoais. Pode ser que algum dia, ele os utilize contra você (Mateus 24:10).
A calúnia e a intriga são venenos para qualquer amizade. Se quiser ter amigos honrados, não fale mal deles (Proverbios 26:20). Se houver uma falta em algum amigo seu, não fale dele até que possa falar com ele pessoalmente. Se na sua presença outros falam sem respeito de alguém que está ausente, antes de se atrever a participar da conversa, examine o seu próprio coração. Sem dúvida achará em você mesmo as mesmas faltas (ou faltas maiores). Isso deve persuadi-lo a melhorar e evitará que fale mal ou com desprezo de outros (Romanos 12:3, 16).
Quando necessitar de conselho, não procure um conselheiro baseando-se no seu prestígio ou a estima que tem entre as pessoas. Procure os que verdadeiramente temem a Deus e tenham experiência no assunto do qual deseja o conselho. Se você não aceitar os conselhos de alguém que está acostumado com a alta estima entre seus companheiros, pode ser que se sinta insultado e venha a ser seu inimigo. Os humildes são os melhores conselheiros (1 Coríntios 6:4).
Se alguém bem intencionado lhe der um conselho que não resulte no bem, não o culpe. Às vezes, até um bom conselho falha, e não há ninguém na terra que possa saber o futuro. Não despreze o conselho dos irmãos não instruídos que buscam o seu bem-estar (Proverbios 15:22).
Não despreze as fraquezas dos outros; ao contrário, reconheça as suas próprias faltas (leia Gálatas 6:1). Todos temos nossas falhas e não existe pessoa de quem não se possa dizer: “Oxalá fosse diferente naquilo”. Todos temos sido, ou somos, ou poderemos chegar a ser propensos a fazer qualquer coisa, assim como o são os demais. Por isso, demonstre paciência e compaixão para com as fraquezas e erros do seu irmão. Por sua vez, não o fortaleça no seu pecado pela sua indiferença ou pela sua negligência, mas antes, por admoestá-lo e repreendê-lo como um irmão.
Se o seu amor por um irmão lhe impulsiona a admoestá-lo, procure fazê-lo em um momento oportuno. Uma repreensão dada em um momento pouco oportuno, facilmente pode causar mais dano do que bem, especialmente se a repreensão não for feita com mansidão. A repreensão é como uma salada: deve-se colocar mais azeite do que vinagre (1 Timôteo 5:1–2).
Não se acostume a discutir as palavras de outro ou julgá-las, a menos que tenha certeza de que ouviu e entendeu corretamente o que quis dizer (Proverbios 18:13).
Não poderá ter disputas e divisões com os seus próximos e ainda ter paz com Deus. Se amar a Deus, tem que amar o seu próximo também porque Deus nos manda fazer isso (1 João 4:20).
Suporte com paciência suas provas, sem queixar-se, ainda que pareçam insuportáveis (Filipenses 2:14). Deus não se agrada das queixas, e elas lhe separarão de seus melhores amigos quando souberem que é uma pessoa queixosa.
Tenha por amigo aquele que lhe repreende em particular. Verdadeiramente é uma lástima se a pessoa não tiver ninguém que se atreva a corrigi-la quando for necessário. É provável que tal pessoa, por não ser repreendida nunca, pense que jamais se equivocará. Assim continuará vivendo em seus erros para sua própria perdição. Certamente, todos necessitamos de ensinamentos de vez em quando. O olho vê tudo e procura a perfeição em tudo, mas a si mesmo não pode ver. Assim acontece conosco: temos muito prejuízo quando não podemos ver nossos próprios erros e faltas tão facilmente como vemos os de outros. Portanto, é muito necessário que tenhamos a ajuda de outros, visto eles poderem ver as nossas necessidades muito mais claramente do que nós mesmos. Se a repreensão é dada justa ou injustamente, seja por um amigo ou por um inimigo, não lhe prejudicará se você for uma pessoa sábia e entendida. Se houver base para a repreensão, utilize-a para melhorar-se (Proverbios 27:5–6, 17).
Se a repreensão é falsa, poderá servir de aviso para saber o que evitar, principalmente se você for uma pessoa que não suporta a repreensão, a fim de que aprenda a ser humilde ou para que nunca venha a fazer nada que seja mal.
(Tito 2:11–14; 3:8, 14)
Não faça nenhum mal, mesmo que tenha a faculdade para isso. Não faça nada em secreto que possa lhe envergonhar diante dos homens. Seja como José, lembrando que, mesmo que ninguém lhe veja, Deus vê tudo e, se pecar, a sua consciência testificará contra você. Odeie todo pecado, e não somente o pecado que seja manifesto aos outros, mas também todo pecado oculto. Se esconder algum pecado e não se arrepender, certamente Deus o trará à luz (leia 1 Coríntios 4:5; Salmo 50:21).
Com toda a sua força, mantenha-se firme contra seus pecados íntimos. Estes são os pecados que a sua natureza pessoal tem propensão a cometer mais que qualquer outro pecado. Um ama o louvor dos homens; outro ama o dinheiro; outro é propenso à bebedeira; outro aos pecados da carne; outro ao orgulho; etc... Terá que se defender sobretudo das suas inclinações más. Se puder vencer essas tentações, facilmente poderá vencer as demais. Como o caçador de aves que mantém presa a ave agarrando-a por uma perna, assim Satanás tem em seu poder, o homem que se rende a uma só tentação. Satanás o agarraria tão completamente, como se você tivesse se rendido a todas as tentações (Efésios 4:27; Tiago 1:14–16).
Se deseja evitar o pecado, terá que se apartar de toda a ocasião e oportunidade que lhe leve para o mal. Aquele que não se afastar das condições que conduzem ao mal não pode esperar vencer o pecado (1 Tessalonicenses 5:22).
As más companhias conduzem ao pecado. Delas se ouve a fala indecente, pela qual alguém facilmente pode desviar-se e corromper-se. “As más conversações corrompem os bons costumes” (1 Coríntios 15:33). Visto as más associações serem a rede do diabo com a qual leva muitos à perdição, evite o companheirismo com os ímpios e devassos. A Bíblia diz: “Se os pecadores procuram te atrair com agrados, não aceites” (Provérbios 1:10).
Os que passam muito tempo com companheiros pecaminosos, facilmente se corrompem por meio deles. Adotam a sua maneira de falar e imitam o seu caráter antes que se deem conta. As más companhias exigem a conformidade. Ao estar em sua companhia, terá que pecar ou sofrer o escárnio. Levando em conta isto, o piedoso evitará a companhia dos ímpios. Por exemplo: se não deseja ser atraído à fornicação e à impureza, fuja diligentemente de ocasiões e de pessoas que facilitam o envolvimento com esses pecados. Para escapar da bebedeira, não busque a amizade de um bêbado. De que lhe servirá tal amigo que pode arruinar a sua vida e ainda destruir a sua salvação? A experiência nos ensina que morrem mais pessoas por causa da bebida do que por causa da espada do inimigo. Mais pessoas perecem por causa do vinho do que por se afogar em água. Cuidado com a fascinação do pecado! Não sabe quão rápido poderá ser enlaçado por Satanás.
Quando for tentado por outros ou pelo seu próprio impulso a prejudicar o seu próximo, considere como se sentiria se outros lhe tratassem da mesma maneira. Não trate os outros da maneira que não gostaria que eles lhe tratassem. “Tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós” (Mateus 7:12).
Ao empenhar-se em algum empreendimento, não perca a fé no poder que Deus tem para prover o necessário para você. Não inicie nada sem primeiro pedir a benção de Deus, pois sem a sua aprovação são vãs todas as nossas preocupações e labores (leia Salmo 127:1–2). Rogue ao Senhor que abençoe os seus esforços. Em seguida, ponha as mãos à obra com um espírito alegre, encomendando em tudo a providência sábia de Deus. Ele sempre cuida dos que o temem e supre as suas necessidades (Mateus 6:33).
Não procure permanecer em nenhuma profissão proibida por Deus. Pois, que vantagem há nas riquezas obtidas em troca da sua alma? (leia Mateus 16:26). Ainda que pudesse fazer grandes fortunas temporárias por meio da fraude, deste modo, perderia a bênção de uma consciência limpa. E quem pode suportar uma consciência pesada? Portanto, seja diligente como o apóstolo Paulo, sempre procurando ter uma consciência limpa para com Deus e com os homens (leia Atos 24:16).
Não seja orgulhoso nem altaneiro por ter sido abençoado com bens deste mundo ou com características pessoais privilegiadas. O Deus que lhe deu esses dons poderá tirá-los e pode ser que o faça por meio do orgulho ou do desprezo de outros se você abusar do que ele lhe tem dado. Ainda que possua certas qualidades das quais poderia sentir-se orgulhoso, elas se contrapõem às suas muitas faltas. Aquele que se conhece bem, certamente achará suficientes fraquezas humanas em si que lhe será sumamente difícil se achar melhor que os outros (Romanos 12:3, 1 Coríntios 4:7).
Seja um verdadeiro servo de Cristo, não só por assistir aos cultos da igreja, mas também em todo aspecto da sua vida. Evite todo o pecado e, com um espírito verdadeiramente obediente, cumpra com todos os mandamentos de Deus (Mateus 5:19). Não fique satisfeito com uma reputação de ser piedoso; procure ter um caráter igualmente bom. Ai do homem que deseja ser tido por piedoso quando não é.
Não pense que é suficiente você servir a Deus; preocupe-se para que os outros abaixo de você também o sirvam. O dever de cada pai não consiste somente no serviço pessoal a Deus, mas também em influenciar a sua família para que faça o mesmo. Deus mandou: “E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; e as ensinarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te” (Deuteronômio 6:6–7). Assim fez Josué, um herói valente que temia a Deus. Ele disse ao povo de Israel que ele e sua casa serviriam ao Senhor apesar do que os demais fizessem (leia Josué 24:15). Você também deve preocupar-se em que toda a sua casa verdadeiramente adore a Deus e o sirva.
Deteste a ociosidade como uma tentação de Satanás e como a causa de muitos tipos de iniquidade. Seja diligente em cumprir as suas tarefas para não ser achado ocioso. Satanás tem grande poder sobre os ociosos para levá-los a muitos pecados. O rei Davi caiu em adultério ao estar ocioso sobre o terraço da sua casa (leia 2 Samuel 11:2–5).
Pratique a modéstia na forma de se vestir, e não tenha nada a ver com a pompa e o luxo. É uma grande vaidade gastar num traje o mesmo valor que poderia ser usado para vestir duas ou três pessoas. Quando envelhecer, se lembrará dos dias quando procurava se adornar e sentirá somente remorso por haver se deleitado em tal ostentação vã em outro tempo (1 Timóteo 2:8–10).
Leia bastante a Palavra de Deus e achará muitas advertências contra o orgulho. Nenhum outro pecado foi castigado mais duramente que esse. Os anjos orgulhosos e rebeldes foram transformados em demônios. Nabucodonosor, um rei que havia sido poderoso, foi transformado em um animal selvagem e comeu erva como um boi. Jezabel, uma rainha dominante, foi devorada por cães como resultado do seu orgulho.
O ódio é uma ferramenta que o diabo usa frequentemente para prejudicar as relações humanas. Ainda que o cristão seja tentado com o ódio, com a ajuda do Senhor, poderá vencê-lo (Tiago 1:19–20). Se sentir-se tentado com o ódio, detenha-se meditando o quão amoroso, paciente e misericordioso tem sido Cristo para com você (Tito 3:3–5). Perdoe os outros assim como Cristo lhe perdoou. Seja paciente com todos como Cristo foi, o nosso exemplo perfeito (Efésios 4:32).
Não tenha uma amizade íntima com ninguém, a menos que seja uma pessoa temerosa a Deus. Nenhuma amizade, seja como for que tenha sido estabelecida, poderá durar muito se não tiver sido fundada sobre o temor de Deus.
Para seu bem, é melhor que as suas amizades não cheguem a ser demasiadamente íntimas. Se a sua amizade chega a ser exclusiva e ciumenta, não poderá durar muito tempo. Seja amigo de todos os seus irmãos em Jesus Cristo, sem menosprezar nenhum deles.
Se acaso se apresentar algum desacordo entre você e seu amigo, não o despreze por essa razão nem revele os seus segredos (leia Provérbios 11:13). Desta maneira, pode ser que o ganhe de novo como amigo.
Ninguém na realidade é dono do que está sob seu cuidado, mas é somente um mordomo. Portanto, reparta os seus bens com os pobres e necessitados sabiamente e de boa vontade (leia Romanos 12:13; 1 Coríntios 9:17).
Presida com bondade e mansidão aos que estão debaixo de seu cargo em vez de submetê-los debaixo do temor e do terror. A justiça de Deus não suporta por muito tempo a tirania; um opressor não governa muitos dias. Administrar a justiça de maneira muito severa é realmente uma injustiça.
Além da justiça, Deus requer mansidão e humildade daqueles que têm autoridade. Portanto, governe seus súditos com amor e com misericórdia para que o amem, e não só o temam (1 Pedro 5:2–4).
Finalmente, seja amigável para com todos e não seja um peso para ninguém. Viva em santidade diante de Deus. Viva moderadamente para consigo mesmo. Viva honradamente diante de seus vizinhos. Que a sua vida seja modesta e reservada, a sua conduta cortês, as suas admoestações amistosas e o seu perdão de bom grado. Seja leal às suas promessas e seja sábio o seu falar. Reparta alegremente as abundâncias que recebe (Miqueias 6:8).
“Ora, amados, pois que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda a imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus” (2 Coríntios 7:1).
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Estas normas apareceram primeiro em alemão com o título Regeln eines Gottseligen Lebens na primeira parte da obra Geistliches Lust-Gartlein Frommer Seelen. Logo foram traduzidas para o inglês por Joseph Stoll.
Do inglês, as traduzimos para o espanhol, acrescentando uma introdução. Dessa edição, se fez esta tradução para o português. Na edição castelhana e portuguesa, procuramos simplificar e abreviar algumas destas normas, adaptando-as às necessidades atuais. Mais que tudo, procuramos dar ao Espírito Santo o seu devido lugar na vida do cristão. De maneira nenhuma queremos que alguém pense que por estas normas se fará cristão... sem o novo nascimento, sem uma relação viva e pessoal com Jesus Cristo cada dia e sem o poder do Espírito Santo para livrar-se do pecado. Fixemos os olhos em Jesus. A ele seja a glória!
—A editora
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Primeira Edição, www.LMSdobrasil.com.br, São Paulo – SP, LMS - 2017
Normas para uma vida santa, Edição original (em espanhol): Normas para una vida santa
© 1985 Publicadora Lámpara y Luz, 26 Road 5577 Farmington, NM 87401 EUA
© 2008 Publicadora Lâmpada e Luz, Todos os direitos reservados, Primeira impressão 2008, Segunda impressão 2017
ISBN:978-85-64737-06-8
A não ser que se indique o contrário, todas as citações bíblicas foram tiradas da Edição Corrigida e Revisada, Fiel ao Texto Original, João Ferreira de Almeida. Grafia revisada segundo o acordo ortográfico da lingua portuguesa - 2011. Usado com permissão da Sociedade Bíblica Trinitariana.