Feminismo no púlpito

Os que amam de verdade a Deus e a sua Palavra desejam anunciá-la conforme o modo de Deus. Eles seguirão suas ordens em tudo, pois jamais quererão anunciar a palavra de Deus de uma forma que o desonre. Então, mulheres no púlpito são a vontade de Deus ou é uma novidade dos homens?

O século passado viu muitíssimas mudanças no âmbito religioso. Uma das mais marcantes é a grande liberdade com que a Palavra de Deus é pregada em muitos países. Pela televisão, pelo rádio e pela internet ressoam os ecos de pregações apaixonadas. A palavra está sendo pregada como nunca antes. Em muitas cidades surgiram congregações de crentes determinados a se manterem afastados dos sistemas e dos mandamentos dos homens. Eles procuram viver somente de acordo com a autoridade das Escrituras.

Isso é bom, não é? O apóstolo Paulo escreveu: “Mas que importa? Contanto que Cristo seja anunciado de toda a maneira, ou com fingimento ou em verdade, nisto me regozijo” (Filipenses 1:18). Deus pode glorificar seu nome com toda pregação da Palavra.

Aqueles que proclamam a Palavra com essa liberdade estão também proclamando amar a Deus e sua Palavra. Eles dão testemunho do poder de Deus que os libertou de uma vida de escravidão no pecado; testificam ter um relacionamento íntimo com esse Deus tão poderoso. De fato, essas são as mesmas razões pelas quais estão ansiosos para anunciar a Palavra a outros.

É certo que os que amam de verdade a Deus e a sua Palavra desejam anunciá-la conforme o modo de Deus. Então, eles seguirão suas ordens em tudo, pois jamais quererão anunciar a palavra de Deus de uma forma que o desonre.

Durante a última geração, outra notável mudança se viu dentro desse grupo que anuncia a Palavra de Deus. Essa mudança tem permitido que não apenas os homens, mas também as mulheres preguem a Palavra na igreja.

Como já vimos, Deus pode glorificar seu nome com toda pregação da Palavra. No entanto, isso não nos dá nenhum direito de nos afastar dos claros ensinamentos que a própria Palavra nos ensina. Quer obedeçamos, quer não, em todo caso, Deus ainda pode receber glória. Mas, se desobedecermos, perdemos a bênção e causamos danos aos outros.

Os princípios que definem o lugar da irmã na igreja remontam ao princípio de todas as coisas, quando a mulher foi criada como uma “ajudadora idônea” para o homem. O homem foi criado como cabeça para governar sobre a criação, enquanto a mulher foi criada para ser sua companheira e ajudadora idônea. Ambos os gêneros encontraram seus verdadeiros propósito e valor em um relacionamento correto com Deus e, a seguir, entre eles mesmos. É impossível conceber um projeto melhor que o de Deus!

Vemos essa ordem básica de homem/mulher, líder/companheira ao longo de todo o Antigo Testamento e reafirmado no Novo. O salmo 128:3 promete ao homem que teme ao Senhor: “A tua mulher será como a videira frutífera aos lados da tua casa”. Provérbios 12:4 explica que “a mulher virtuosa é a coroa do seu marido”. Em ambos as passagens vemos que a mulher tem o privilégio de apoiar e afirmar o homem em sua posição de líder.

Pensemos no fato de que a mulher virtuosa é a coroa do marido. Sabemos que uma coroa inevitavelmente perde valor quando usada para outro propósito. Por exemplo: o que acontece se uma coroa é usada como roda? Ela perde valor! É importante destacar que, de acordo com o plano de Deus, a mulher virtuosa não é escrava do marido nem sua serva, mas é a coroa do marido.

O Novo Testamento esclarece ainda mais a ordem e o projeto de Deus. Em 1 Coríntios 11:3, Paulo diz que “Cristo é a cabeça de todo o homem, e o homem a cabeça da mulher; e Deus a cabeça de Cristo”. Essa ordem não se origina na lei de Moisés, mas faz parte da criação original de Deus. É dentro dessa ordem que existe paz, liberdade e bênção para a humanidade. Mudá-la traz desordem e escravidão.

Cristo é a cabeça da criação. Nele habita toda a plenitude da Divindade. Nele repousa toda autoridade. Diretamente relacionado a ele, sob sua autoridade, está o homem. O homem foi criado para ser mordomo da criação e prover liderança amorosa e constante a todos os que estão sob seus cuidados. Sob a direção do homem está a mulher. A mulher foi criada para lhe ser ajudadora idônea em seu trabalho de mordomo. Ambos estão sob a autoridade de Cristo. Deus chama os dois a se submeterem à ordem divina que ele estabeleceu: chama o homem a se submeter voluntariamente a Cristo e chama a mulher para se submeter voluntariamente ao homem. A vontade de Deus é que a submissão da mulher ao homem seja voluntária, não que este a sujeite pela força. A vida da mulher deve ser como a de uma rainha gloriosa que desfruta do amor e da proteção de seu rei.

Ao pensar no lugar das irmãs segundo a Escritura, talvez o primeiro grande erro que as igrejas cometam seja diminuir a importância da ordem determinada por Deus. Às vezes, inventam outro lugar na lista entre Cristo e o homem, e ali colocam qualquer outra entidade, vestindo-a com caráter de autoridade direta sobre o cristão. Com base nesse erro, concedem àquela entidade a autoridade para reinterpretar as Escrituras, as quais indicam como o homem deve viver. Reinterpretam e as acomodam de acordo com as pressões da sociedade e segundo as ideologias predominantes do momento.

Aliado a esse erro está a falha de ver as diferentes posições ou responsabilidades no projeto de Deus como uma escala de maior ou menor valor ou importância. Às vezes, o homem começa nesse caminho de erro por orgulho e por se considerar superior à mulher. Domina-a de forma egoísta, tratando-a como serva. Isso provoca na mulher a reação de lutar a fim de obter autoridade e direitos iguais aos do homem para se defender e, desse modo, ter tanto ou mais valor que ele. Mas essa não é a forma de Deus medir valores. Quando classificamos as posições dessa forma, prontamente iremos buscar os lugares que consideramos mais valiosos.

Muitos religiosos dão pouca importância à ordem fundamental que Deus estabeleceu. Alguns homens religiosos assumem uma atitude carnal em relação à autoridade e veem a mulher como uma serva de menor importância que o homem. Por sua vez, isso pode provocar as mulheres a cobiçar o lugar do homem, acreditando que é mais importante que o lugar delas. Homens e mulheres assim, bem como suas igrejas, estão em perigo de serem levados pela corrente do mundo, porque têm conceitos errados sobre a ordem definida por Deus.

A corrente do mundo está forte nesse sentido. Apenas uns 120 anos atrás, a Nova Zelândia foi o primeiro país do mundo moderno a dar às mulheres o direito de votar nas eleições nacionais. Desde então, as mulheres estão em constante luta para obter direitos iguais aos dos homens em todas as áreas. Muitos empregos, antes exclusivamente masculinos, são agora dominados igualmente por ambos os sexos. Muitas mulheres tornaram-se líderes em áreas importantes, entre as quais política, indústria e ciência. Nesses campos, elas muitas vezes se destacam por suas habilidades e fazem um trabalho notável.

Por causa desse quadro, as igrejas hoje sentem uma pressão nunca vista para acomodar suas práticas às normas da sociedade. Os incrédulos até dizem que as palavras do apóstolo Paulo expressam ideias antiquadas e que eram para um tipo de sociedade que não existe mais. Afirmam que no ambiente moderno e na sociedade atual tais restrições não funcionam. Eles propõem que, assim como uma mulher pode ser líder em outro campo, também pode ensinar na igreja de Deus. Insinuam que aqueles que não permitem isso são machistas e agressivos, que querem tirar proveito das mulheres para seu próprio benefício e humilhá-las como se fossem escravas.

De forma alguma afirmamos que o trabalho que as mulheres realizam nos campos profissionais é inferior ao dos homens. O lamentável é que as sociedades que promovem a igualdade dos sexos em todos esses campos não imaginam a bênção que perdem. O homem perde a tremenda bênção de ter a seu lado a companheira e ajudadora idônea que Deus criou para auxiliá-lo a ser um mordomo fiel da criação de Deus. E a mulher perde a grande bênção de ter a seu lado um líder dedicado e fiel, que a dirige por bons caminhos, protegendo-a e amando-a todos os dias. A sociedade também perde a inigualável bênção de ter lares e congregações bem fundados sobre a rocha, onde há paz e harmonia.

Agora que vimos a ordem de Deus, vejamos algumas passagens bíblicas que falam diretamente sobre o assunto das mulheres no púlpito:

1 Timóteo 2:11–12: “A mulher aprenda em silêncio, com toda a sujeição. Não permito, porém, que a mulher ensine, nem use de autoridade sobre o marido, mas que esteja em silêncio”.

1 Coríntios 14:33–35: “Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz, como em todas as igrejas dos santos. As vossas mulheres estejam caladas nas igrejas; porque não lhes é permitido falar; mas estejam sujeitas, como também ordena a lei. E, se querem aprender alguma coisa, interroguem em casa a seus próprios maridos; porque é vergonhoso que as mulheres falem na igreja”.

Essas palavras não podem ser mais claras. Qualquer pessoa pode entendê-las facilmente. Não temos o direito de interpretá-las de acordo com as exigências do mundo a nosso redor, muito menos à luz das extrapolações errôneas da ciência moderna.

As muitas passagens bíblicas que falam sobre o assunto deixam claro que a mulher cristã desempenha um papel importante na igreja. Destaquemos algumas:

Atos 9:36: “E havia em Jope uma discípula chamada Tabita, que traduzido se diz Dorcas. Esta estava cheia de boas obras e esmolas que fazia”.

2 Timóteo 1:5: “Trazendo à memória a fé não fingida que em ti há, a qual habitou primeiro em tua avó Loide, e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também habita em ti”.

Romanos 16:1–2, 12: “Recomendo-vos, pois, Febe, nossa irmã, a qual é serva na igreja que está em Cencreia, para que a recebais no Senhor, como convém aos santos, e a ajudeis em qualquer coisa que de vós necessitar; porque tem hospedado a muitos, como também a mim mesmo. (…) Saudai a Trifena e a Trifosa, as quais trabalham no Senhor. Saudai à amada Pérside, a qual muito trabalhou no Senhor”.

Tito 2:3–4: “As mulheres idosas, semelhantemente, que sejam sérias no seu viver, como convém a santas, não caluniadoras, não dadas a muito vinho, mestras no bem; para que ensinem as mulheres novas a serem prudentes, a amarem seus maridos, a amarem seus filhos”.

Essas passagens nos mostram claramente que as irmãs desempenhavam muitas funções de serviço nas congregações da igreja primitiva. Eram funções de apoio, de ensinamento a outras mulheres ou a crianças ou de ajuda geral. Elas não desempenhavam funções nas quais tinham de exercer liderança na igreja ou ensinar os irmãos. Isso concorda muito bem com as passagens anteriores e também com a ordem de Deus na criação.

Então, mulheres no púlpito são a vontade de Deus ou é uma novidade dos homens? Concluímos que a aceitação de pastoras para liderar e pregar nas igrejas é um afastamento do plano de Deus. É uma falta de compreensão do plano de Deus desde a criação, uma resistência a aceitar a plena autoridade de Jesus para governar em tudo nossa vida e as igrejas e uma falta de comprometimento com as Escrituras. Isso é ceder à pressão da sociedade humanista que nos rodeia.

Details
Language
Portuguese
Author
James Troyer
Publisher
Editora Monte Sião
Published
02/05/23
Topics

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